sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Bomba Responsável por Crise no Horizonte


A Bomba responsável pela Crise Interna no Horizonte


 Quando apresentamos a página Crise Interna  no Horizonte (Facebook.com/Vinicius de Almeida), falando sobre o monstro de nossa Dívida Interna, lembramos que voltaríamos ao assunto apresentando mais detalhes;  é o que fazemos nesta página ou nota.Vou buscar ser sucinto, tanto quanto possível e,  dessa forma, como se fossem quadros, apresentar uma evolução de fatos que julgo ser verdadeiros - porquanto poderão imaginar - que estou sendo fantasioso e que não reflito a realidade dos fatos apresentados.

   1.   Durante o período inflacionário brasileiro, dado que foi criada a correção monetária mensal e diária (overnight administrado pelo Sistema Bancário), havia um "ganho"  ditado pela inflação, para todos aqueles que tivessem recursos para aplicações diárias no overnight.    Por exemplo :  uma empresa de ônibus que recebe à vista pelos seus serviços, aplicava suas receitas no Sistema Bancário (administrador de Fundos e de overnight), este tendo ganhos de administração destas aplicações; ou seja, todos os que podiam aplicar dinheiro assim como os que  administravam tais aplicações tinham "ganhos";  não havia "ganhos"  para o povão pois este não tinha recursos para aplicar.   Durante a hiperinflação, poderia haver "ganhos" de até 80% ao mês, por uma aplicação de 30 dd.    Quem perdia era o povão que trabalhava 30dd. e recebia um salário desvalorizado, em poder de compra, minado pela bomba inflacionária mensal.    Outro exemplo : quem pudesse economizar, ao longo de determinado tempo, um salário mensal e o aplicasse no mercado, ao final do primeiro  mês receberia, na hiperinflação, o equivalente a 80% do salário economizado.
    2.  Quando a hiperinflação foi domada, caindo para menos de 10% ao ano, quando antes era de 80% ao mês, e acabou-se com o instituto da Correção Monetária todos os que tinham dinheiro para aplicar receberam um golpe, assim como o Sistema Bancário : deixaram de ter os "ganhos" que a inflação e a Correção Monetária equivalente lhes proporcionava.      Os "ganhos" se põem entre aspas, pois não poderiam chamar-se propriamente de ganhos,  mas de não-perdas integrais provocadas pela inflação sem Correção Monetária.
    3.  Dominada a hiperinflação, uma das soluções engendradas pelo Mercado Financeiro e aceita pelas Autoridades Monetárias foi a de gerar taxas de juros elevadas, pelo Sistema Bancário e Financeiro, para a compra de Titulos da Dívida Pública Interna.    A Taxa Selic, ou assemelhadas, antes de sua criação , por exemplo, cujos valores seriam arbitrados pelo COPOM (Conselho de Política Monetária)  teve valores médios anuais  entre os anos 1996/2000, de 24.6%;  entre 2001/2005, de 19,04%;  entre 2006/2010, de 12,2%.
    4.  Esta situação relativa a incrementos da Taxa Selic que remunera boa parte dos Títulos da Dívida Interna, mais a falta de pagamentos anuais de quaisquer quantias para redução da Dívida existente, com as Autoridades pagando, monetariamente, somente parte dos juros vencidos a cada ano, e mais emissão de novos Títulos para atender aos Déficits Anuais dos Balanços Governamentais, fizeram com que a Dívida Interna sofresse o incremento  desde  R$62 bilhões em 1995 para R$1600 bilhões em 2009, conforme CPI da Dívida Interna da Câmara dos Deputados.
    5.   As Autoridades Governamentais não incluem no Orçamento Público Anual os montantes em R$ que devem ser pagos como juros sobre a Dívida Interna, provavelmente para não chamar a atenção do público, e tal mentira, pois este é o nome de quem tenta escamotear a verdade,  se incrementa quando chama, ao final do ano, o montante que foi pago de juros de "superávit fiscal", quando este montante foi conseguido às custas de reduzir os gastos previstos, no Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional, em educação, saúde, saneamento, infraestrutura física, segurança e outra atividades.    A mentira vai num crescendo apavorante, quando todos os Jornalistas Econômicos de nossa Imprensa também chamam a estas reduções de despesas governamentais sobre as necessidades do povão, também, de "superávit fiscal", e a mentira  atinge as alturas quando nossos representantes no Congresso Nacional, também, chamam a este saqueio de recursos públicos -  com impostos pagos pelo povão - de "superávit fiscal".    
    6.   Por que será que, à nossa desorganização pública endêmica;  nossa corrupção patológica com  dinheiro público, sem punições;  nossa apatia, incapacidade e desfaçatez  de tratar seriamente a coisa pública, deve somar-se este roubo de dinheiro público para dar-se dinheiro aos afortunados e ao Sistema Bancário e Financeiro ?      Por que será que há uma conspiração do silêncio, para aceitar-se a farsa de que os juros altos da Taxa Selic combatem a inflação, quando as mesmas são completamente descoladas das taxas de juros praticadas pelo Sistema Bancário e Financeiro, pelo Comércio, pela Financeiras, pelos Cartões de Crédito ?    Por que será que a pregação de nosso saudoso ex-Vice-Presidente José Alencar não encontrou eco satisfatório, quer junto aos economistas, quer à Imprensa, quer aos Sindicatos, quer aos Grupos da Sociedade Civil Organizada, quer ao povo, em geral ?
    7.    Por tudo isto, deveremos, contabilmente, pagar de juros, sem sequer reduzir-se em um centavo a Dívida Interna existente, cerca de R$  220 bilhões, ao final do ano 2011.      A seguirmos a tendência declinante dos ante-penúltimos 14 anos, período durante o qual  nossa Dívida Pública cresceu à taxa anual média de 26 %, nominalmente,  deveremos pagar em 2012, cerca de  R$  245 bilhões de juros, dinheiro que o Governo, a Imprensa, os Sindicatos, o  Congresso Nacional, o povão, chamam de "superávit fiscal", quando sabemos que este dinheiro é retirado  dos impostos do povão para ser doado, ainda que não em sua totalidade, aos afortunados e ao Sistema Bancário deste pobre Brasil.

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