terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Imprensa sem Olhos e sem Cabeças

Email que envio a meus amigos


Prezados
     Muito se tem lido na Imprensa Internacional e Nacional Brasileira (esta obediente eco da Imprensa Internacional = tão obediente que não consegue escrever Botswana como Botsuana, como se deve ler em português, assim como é sua fonética em inglês =) sobre a tal crise internacional que o mundo vem vivendo a partir de 2008.   Sabe-se que esta foi deflagrada, por crises bancárias motivadas com papéis podres de hipotecas imobiliárias e papéis podres de dívidas de países europeus, EU - Europe Union -  e USA - United States of America.
     O processo foi que expandiram-se os créditos, tanto de hipotecas imobiliárias como de empréstimos feitos aos países da EU e USA durante uma época de juros baixos e, posteriormente, os juros começaram  a crescer e o bolo das dívidas a aumentar de volumes  com o inchaço dos juros.   Esta é, à primeira vista, o processo que desencadeou a crise. 
     Entretanto, a Imprensa Internacional e a nossa Imprensa Nacional, sempre a reboque da outra, esquece de descrever um outro processo em marcha que coloca em crescimento as economias de países emergentes que, para simplicidade de grupamento foi chamado de Brics (Brazil, Russia, Índia, China, South Africa), pelo economista Jim O´Neill, deixando de lado iniciais de outros países que também se incluem neste processo.   Este processo tem sido liderado pelas Empresas Transnacionais;  este é um processo novo, que teve começo a partir das décadas de 1970/1980, coincidindo com a exploração de petróleo em áreas submarinas profundas, quando anteriormente era apenas explorado em superfícies terrestres ou águas submarinas não profundas.   
     Que processo é este liderado pelas Empresas Transnacionais ?     É um processo que busca organizar a  produção de bens e serviços a nível internacional, saindo de um Mercado Internacional de 500 milhões de pessoas aprox.  para um Mercado Internacional de 5 bilhões de pessoas aprox.   Perdoem esta minha simplificação geral que serve para marcar o que significa uma nova era de revolução tecnológica e de  revolução industrial muito maior do que as ocorridas a partir do séc. XVIII.    Muito maior por quê ?    Porque ela é uma revolução tecnológica e industrial que reduz os processos materiais e amplia os processos mentais e de serviços (chamados Software) nos processos de produção de bens e serviços.    Para se ter uma ideia do que significa esta revolução basta comparar um telefone fixo  da década de 1980 com um telefone celular da década de 2010; ou, comparar a edição de um texto em máquina de escrever não elétrica da década de 1970 com uma digitação de texto em computador da década de 1990; ou os processos de impressão gráfica da década de 1960 com a impressão gráfica hoje obtida com um computador e impressoras a laser, de mesa.   Estas comparações são suficientes para que se faça uma ideia da violentíssima revolução tecnológica, industrial e de serviços que está em marcha e que é mostrada  através das estatísticas denotando a posição relativa cadente do chamado Setor Industrial diante do chamado Setor Serviços das Economias de hoje.    Grande parte dos empregos anteriormente existentes na EU e USA foram deslocados para outros territórios, dos chamados BRICS e seus similares, no mundo.   E muito mais está por vir de mudanças drásticas nos anos vindouros.  
     O que verdadeiramente temos é uma revolução em marcha mostrando que a tal crise iniciada em 2008 não é, senão, um fenômeno menor interno a uma formidável mutação econômica dos Mercados Mundiais.    Somente é certo que a crise que assola EU e USA é decorrente de superávits comerciais internacionais provocados por economias exportadoras como as do Japão, da Alemanha e da China, ao longo dos tempos, cujos excedentes serviram e servem para lastrear as dívidas de governos da EU e USA.    Estas últimas, ultimamente, provocadas por empréstimos sem controle, da Banca Internacional, contratados a juros baixos e hoje cobrados com juros elevados.    O nosso pobre Brasil já passou por isto na violenta crise iniciada na década de 1970 com os chamados petrodólares.  
     Diga-se, ademais,  que aos superávits comerciais citados acrescenta-se mais uma cifra de recursos de cerca de U$1,5 trilhões, ao ano,  como moeda internacional proveniente de lucros do Crime Organizado, estimado com base no relatório de 2010 do UNODOC - UN Office on Drugs and Crime, provenientes de lucros sobre Tráfico de Drogas, Corrupção Internacional, Contrabando Internacional, Tráfico de Pessoas, Outros Comércios Ilegais;  como diz este Relatório : " o Crime Organizado Globalizado é ameaça à Segurança Mundial."   Outro montante de recursos circulando via Banca Internacional é o do Lucro das Empresas (Pessoas Jurídicas) e da Poupança de pessoa físicas no mundo.
     Desculpem estar dissertando sobre um tema que parece uma aula chata, enfadonha  e enjoada.    É que quando  não entendemos, corretamente, o que está acontecendo à nossa volta é como se não tivéssemos nem Olhos nem Cabeças para ver e pensar como emergir do fundo de um poço.
     Desejo que minha tentativa de explicar o que vem acontecendo e não se consegue ler, ver e ouvir, claros, pela nossa Imprensa Nacional (especialista em fofocas, catastrofismos e esoterismos), possa servir para algo mais do que atordoar gente de todos os tipos.   
     Caso tenham entendido e gostado do que leram, por favor toquem para a frente este email a seus grupos de amigos.   Devemos começar a ser uma Sociedade de Consensos e acabar com a Sociedade de Conflitos que hoje somos todos, a nível internacional e nacionais.  abs.  e tudo de bom para vocês.