domingo, 8 de maio de 2011

Realidades e Mudanças Sociais

Leio, no o Globo de 08/05/2011,  uma entrevista com a pscicóloga Ana Beatriz Barbosa, versando sobre casos mais típicos de transtornos de comportamento, como TOC (obssessão compulsiva), Depressão, Hiperatividade(impulsos de desatenção/inquietação), BorderLine (hipersensibilidade a rejeições, reais ou imaginárias),Transtorno Bipolar(depressão/euforia), Bullying (crítico contumaz/ódio a pessoas/grupos), como os casos mais típicos.   Ela chama a atenção para os exageros de diagnósticos que  - muitas vezes - não espelham, exatamente, o real estado das pessoas.   Assevera que dificilmente alguém consegue ter um cérebro em perfeito estado de equilíbrio que isente as pessoas de desvios de comportamentos.
   Quero aproveitar a deixa para dar partida em algo que necessita ser dito, aquém e além, do que pode ser entendido como distúrbios de comportamento, disfunção cerebral, doença mental, neuroses, manias, dificuldades de relacionamentos pessoais e sociais, qual seja, sobre a incapacidade de as pessoas aceitarem o mundo real, seja por dificuldades de sua compreensão, seja por sentimentos de injustiças e opressão, seja por se julgarem capazes de exercer-lhe mudanças.    Se ficarmos apenas com estas tres reações ao mundo real poderemos caracterizar tipos com sentimentos de Opressão (para os amedrontados com dificuldade de compreensão da realidade), sentimentos de mudanças vingativas, tais como Terrorismo, Revoluções, Guerras (considerando-o injusto e opressor, para os belicistas que se sentem paladinos de missões) e Visionários, Santos e Políticos ( para os facifistas que agem com propósitos de mudá-lo). 
   Está claro que o grande maior número de pessoas está contido no primeiro grupo - os amedrontados com dificuldades de compreensão da realidade - e que são os portadores dos diversos problemas de desvios de comportamento no seu relacionamento pessoal, grupal e social.   Pode-se mesmo apontar que os desvios de comportamento são provocados por um medo da realidade circundante, contrariamente a que os comportamentos citados provoquem o medo desta.   Para fugir da realidade incompreendida qualquer fantasia que ajude a desligar-se desta, é benvinda.    Servirão de refúgio as crenças mais aberrantes; as esperanças de salvadores, terrenos ou sobrenaturais; as vitalícias dependências : amorosas, grupais, religiosas,
econômicas, drogas medicinais, drogas não medicinais.
   O grupo dos Visionários, Santos e Políticos não costuma estar povoado por indivíduos realmente portadores de doenças mentais, disfunções mentais, difunções de comportamentos que se reflitam em conflitos de relacionamentos pessoais, grupais, sociais.   São os pacifistas que creem ser possíveis as mudanças de realidades cruas e cruéis para realidades sãs e benfazejas.   São pessoas que sofrem diretamente os êxitos e fracassos de suas missões.   Sem dúvida, o mundo político está infestado de vigaristas e de enganadores, como todos sabemos e sofremos na carne, principalmente quando associado ao mundos dos negócios escusos.
   O grupo dos Terroristas, Revolucionários, Guerreiros é o que devemos temer, pois estes apoiados em seu rancor belicista somente querem a destruição daqueles e daquilo que julgam ser os responsáveis pelas realidades cruas e cruéis, na forma como as entendem e fantasiam.   São os que propõem que, para construir é necessário demolir o que consideram totalmente apodrecido, sem deixar pedra sobre pedra, ou seja, partir para uma nova ordem sem quaisquer resquícios de passado, nos seus maiores momentos de delírio.   Estes sim, trazem em si, as verdadeiras mazelas das doenças mentais, das disfunções mentais, dos desequilíbrios e disfunções de comportamento pessoal, grupal e social.
   Por último e não citado, vem o grupo daqueles que - realmente - são os responsáveis pelas mudanças de comportamento, pessoal, grupal, social, e dos que melhor sabem compreender a complexidade das realidades naturais e sociais : os pensadores, os cientistas, os artistas, os artesãos, os técnicos, ou seja, os que melhor são adaptados e se adaptam, cerebralmente, para a convivência pessoal, grupal, social e que mantêm suas mentes ativas nas suas realizações  cotidianas.   Podemos entender que são os cérebros com menores disfunções, que na entrevista foram citados como os menos comuns dos mortais.   São os Revolucionários não destruidores, mas construtores de uma nova ordem através das tranformações.   Nada de quebradeiras, incêndios e matanças, pregações e lá o que for;  através de suas imaginações, descobertas e ações acabam por transformar o mundo, ainda que depois de mortos.  São em menor número mas, qualitativamente, melhores.