domingo, 14 de outubro de 2012

Belluzzo e o Brasil (outubro 2012)


Belluzzo: 'O Brasil precisa abrir um novo espaço de crescimento'

Economista indica necessidade de incorporar novos setores da indústria para evitar perda de força; sobre o mensalão, lamenta que ministros do STF tenham se transformado em 'heróis vingadores'


Publicado em 13/10/2012, 14:04
Última atualização às 14:04

  
Belluzzo: 'O Brasil precisa abrir um novo espaço de crescimento'
O economista Gonzaga Belluzzo defende nova visão sobre a atividade econômica do século 21 (CC/Ramiro Furquim/Sul21/arquivo)
São Paulo – Para o economista e professor Luiz Gonzaga Belluzzo, que completará 70 anos no dia 29, a situação difícil vivida por vários países não começou agora. Veio lá de trás, com um desmonte da base social construída nos anos 1960 e 1970. O resultado são três décadas de estagnação salarial, descrédito com o sistema político e, mais grave, a perda da esperança. Ele vê o momento com pessimismo. “Para dizer a verdade, não estou vendo forças sociais capazes de enfrentar essa situação”, diz Belluzzo, que se mostra um pouco mais animado com o Brasil, desde que aprofunde as medidas de combate à desigualdade e busque nos caminhos para o crescimento.
Colunista assíduo e continuamente procurado por jornalistas, com os quais convive desde a ditadura, ele critica a incapacidade dos governos de promover uma verdadeira desconcentração no setor de comunicação no país, acompanhada de uma legislação adequada. “Não há liberdade de expressão sem pluralidade. E não há liberdade acima da lei”, afirma, manifestando ainda apreensão com as consequências do julgamento do dito mensalão.
Todos os indicadores mostram atividade mais fraca, as previsões otimistas do início do ano foram se tornando moderadas ao longo dos meses, a indústria não vai bem. Com tudo isso, o mercado de trabalho mostra taxas de desemprego baixas e continua criando vagas formais. Há um aparente paradoxo nisso?
Em primeiro lugar, atividade mais fraca não significa recessão. A economia está crescendo em um ritmo muito baixo, estamos caindo. De 2010 para 2011, nós passamos de 7,5% para 2,7% e estamos resvalando para 1,6%. Em segundo você teve uma reacomodação na formação da renda, que portanto teve impacto no emprego. E aí tem muita importância o salário mínimo, os programas sociais do governo. Você teve de fato uma expansão autônoma e uma mudança na estrutura dos serviços. Passou de ocupações de nível de renda muito baixo e foi graduando isso à medida que a economia continuou mantendo crescimento. Essa reacomodação interna está ajudando a manter no nível mínimo, porque o ritmo de atividade, a despeito dos elementos que foram responsáveis pela recuperação em 2008, sobretudo o consumo, financiamento de duráveis, está perdendo força. 
Além disso, no caso da indústria o que ocorre é que visivelmente o crescimento das importações, a concorrência chinesa, valorização do câmbio no passado, teve um papel importante para prejudicar o desempenho. Quando a gente fala que o Brasil está num processo de desindustrialização, quer dizer que estamos perdendo setores e não temos realizado políticas que incorporem os novos setores, que são os mais importantes da indústria moderna. Se você olhar o que aconteceu nos últimos 30 anos, o Brasil deixou de incorporar esses setores. É uma desindustrialização relativa.
Claro que há também desorganização de certas cadeias produtivas, mas não é só isso. É também a perda de capacidade de incorporar os novos setores. O que temos de nos perguntar é o seguinte: até quando essa inércia do crescimento vai conseguir manter taxas positivas? O Brasil não tem por que entrar num processo parecido com os Estados Unidos e da Espanha. Os fatores que desencadearam a crise lá não estão presentes aqui. Temos um círculo de crédito, mas não temos uma bolha, que é devastadora. 
O que o Brasil precisa é abrir um novo espaço de crescimento, é o que o governo está querendo fazer, com investimento em infraestrutura, com as PPPs, com a incorporação de novos consumidores, porque não dá para continuar mantendo esse ciclo de consumo em cima de consumidores que já estão endividados, você tem de incorporar outros. Esse processo está perdendo fôlego. Basta olhar as taxas de crescimento do emprego, não do desemprego.
A nossa taxa de investimento não é muito baixa?
É muito baixa por várias razões. Você manteve a taxa de juros muito alta durante muto tempo, deixou o câmbio valorizar. O problema da valorização do câmbio não é apenas que ele deixa importar muito, é que ele não permite ao empresário ter uma perspectiva. Se você investe a R$ 2,20 e a taxa vem a R$ 1,60, isso aumenta a incerteza do investimento, o industrial, sobretudo. A oscilação às vezes é pior do que o nível. Você precisa dar condições estáveis, porque o investimento é muito sensível. Vários economistas sabem disso, ou se não sabem ainda vão saber. Não é possível ter uma taxa investimento estável sem que o Estado dê garantias. O investimento produtivo é muito sensível e exige mesmo uma coordenação do Estado. Acho que a Dilma está fazendo certo, fazendo as UPPs... A gente precisa sair dessa discussão boba. São concessões. Não há como fazer com que o país volte a crescer 3%, 4%, sem botar a taxa de investimento em 20%, 22%, tem de ir aos poucos.
O senhor já expôs sua preocupação com a crise nos Estados Unidos e na Europa. A solução ainda tem sido aquela ortodoxa, de cortar gastos públicos. Mas, pelo visto, não deu muito certo.
Fracassa porque – e isso é o mais importante, é gravíssimo – joga milhões de pessoas na miséria, no desemprego. Você tem 55% de jovens desempregados na Grécia, 53% na Espanha, onde a taxa geral está chegando a 25%. Isso também está se espalhando pela Itália... É evidente que essa forma de combater a crise não vai funcionar. Tem até um artigo do (cineasta) Pedro Almodóvar no Washington Post espanhol, em que ele manda uma carta para o Rajoy (Mariano Rajoy, primeiro-ministro da Espanha) que se referiu à maioria silenciosa por não ter ido à praça Neptuno (em Madri), fazer o protesto (contra as políticas de austeridade, no final de setembro). Ele disse: eu sou da maioria silenciosa, não fui ao protesto, mas quero dizer que o senhor na verdade está levando a Espanha para o caos. E está mesmo. A questão hoje é o panorama sombrio, terrível. 
Por políticas mesmo...
Por políticas que levaram à adoção de medidas que contribuíram para erodir a base econômica e social do crescimento dos anos 1960/70. No fundo, se desmontou toda aquela teia de relações construída pelo Estado de bem-estar que ajudava a manter o nível de atividade razoável, uma criação de renda, emprego, incorporação de novos empregos. Não há dúvida que isso tem uma lógica interna. O que aconteceu, tanto nos Estados Unidos como na Europa? Você foi desmontando os sistemas tributários progressivos, diminuindo o estímulo à criação de novos empregos pelo investimento, que declinou. 
Quando foi dado o processo de internacionalização da economia, dito globalização, pouca gente se deu conta da mudança tectônica. Isso foi lentamente crescendo nos anos 1960/70, e à medida que você foi incorporando países do tamanho da China, com uma taxa de salários muito baixa, isso é da lógica do capitalismo. As empresas começaram a se deslocar para as regiões de menor custo relativo. A China se ajustou muito bem a isso. Eles chegaram e falaram: aqui é câmbio valorizado e incorporação de uma massa de produtores que vêm do campo com um salário muito baixo. Isso que deu uma taxa de crescimento de 12%, 13% para eles. A manufatura toda se deslocou para lá, sobretudo a americana, mas também a japonesa, a europeia. Quem não estava na China não estava em lugar nenhum. Eles promoveram taxas de investimento de 50% do PIB, saldos comerciais de 10%. Faz a soma. 
Eles montaram uma máquina de produzir manufatura barata. Quando a gente se deu conta, eles estavam entrando aqui com bola de futebol a R$ 1,99, têxtil... E eles foram graduando a produção. Começaram com produtos de menor valor, de menor intensidade tecnológica, e foram graduando as exportações para máquinas elétricas, eletrônicos. 
Isso tem como contrapartida uma redução do papel da indústria nos países desenvolvidos. É natural que caia nos países mais avançados por causa dos ganhos de produtividade. Mas a queda foi muito acentuada. Isso criou um problema muito grave para os mercados de trabalho, porque o investimento na economia territorial americana é baixo. As empresas estão ganhando dinheiro nos Estados Unidos, mas estão investindo na China. Porque a demanda, sobretudo de bens de consumo, está nos Estados Unidos, e os investimentos estão na China. Estou vendo essa situação de uma maneira muito pessimista. Para dizer a verdade, não estou vendo forças sociais capazes de enfrentar essa situação. Estou vendo esses movimentos, eles podem se cristalizar em outras coisas, mas por enquanto as questões colocadas são muito vagas.
Disperso?
Muito disperso. Acho que talvez na Europa, sobretudo, isso comece a ter uma reação mais forte e politicamente mais definida. O fato é que ao mesmo você destruiu o sistema político. Ninguém acredita mais nos partidos. O sistema político está totalmente desacreditado. Isso é perigoso.
E o Brasil?
Acho que o Brasil tem um horizonte, se souber aproveitar suas peculiaridades. Todo mundo diz que o Brasil vai sofrer, mas o Brasil tem um grau de abertura muito baixo. Então, tem possibilidade de expandir o seu mercado interno. Não creio que os chineses vão deixar a China desacelerar para 2%. Vamos manter uma exportação de commodities ainda razoável, e tem o pré-sal, que eu espero que o governo não deixe a peteca cair, vamos virar exportadores líquidos de petróleo. Isso é importante para o Brasil resistir a uma crise externa. 
Quanto à inflação, você imaginar que pode ter inflação nos próximos cinco, dez anos no mundo, você deve ser internado num hospício. Você está mal conseguindo segurar a economia. É uma situação depressiva, uma depressão que não se realiza. Os consumidores não podem gastar porque estão pagando as dívidas, ou recuperando seu patrimônio. Os bancos não emprestam e as empresas não investem. Você tem capacidade ociosa no mundo inteiro, mas muita. 
O Brasil está tomando providências, botando tarifas, e tem de botar mesmo. Quanto mais a crise se aprofunda, o pessoal corre pro dólar. Todo mundo acumula reservas em dólar, e isso fortalece o dólar. O problema do desequilíbrio é que o dólar é fraco, é que é muito forte, e obriga os países que não têm moeda reversível a ter reservas altas. E os Estados Unidos não conseguem reverter o déficit dele. Os outros não deixam. A discussão do dólar fraco é uma bobagem. O dólar é forte, mas inconveniente para a economia mundial.
Nos últimos anos, o Brasil cresceu pelo mercado interno.
É, teve uma expansão boa das exportações por causa das commodities. Mas do ponto de vista de formação de renda e emprego, o Brasil nunca teve esse modelo de liderança das exportações. Quando a gente fala de câmbio, esse modelo de empurrar pro vizinho se mostrou inviável, porque todo mundo quer fazer a mesma coisa. O Obama não disse que ia fazer as exportações americanas crescerem 5% ao ano? Cadê? Precisa combinar com os russos. Ou os chineses (risos).
O Brasil cresceu nos últimos anos, reduziu sua desigualdade, mas ainda assim é muito desigual, os salários continuam muito baixos, há uma massa enorme excluída. O país caminha também no sentido de redução desse desequilíbrio?
A gente vai ter de caminhar muito. Por isso é importante que o Brasil não deixe de crescer e continue com essas políticas de incorporação. Há um longo caminho ainda. As raízes da desigualdade aqui são muito fundas. Acho que algumas medidas corretivas foram tomadas, mas não são suficientes. Acho que daqui pra frente o Brasil vai ter de acentuar essas medidas de correção. Também corrigir um pouco o sistema tributário, que não é fácil. Essa etapa de redução das desigualdades chegou ao limite.
Em alguns artigos, o senhor externa preocupação com a mídia, entre o que acontece e o que se publica. E o senhor se relaciona com a mídia há muito tempo, ocupou cargos públicos, conviveu com diferentes épocas de redações. Hoje, se sente um pouco espantado com o que lê?
Já vivi como assessor econômico do PMDB no regime militar. Você tinha censura. E a censura era bastante diferente nos vários órgãos de comunicação, uns tinham mais, outros menos. A gente precisa ter bem claro uma coisa, que não se discute mais. É um fenômeno muito latino-americano, que é a colaboração estreita que os órgãos de comunicação no Brasil tiveram com a ditadura. Quem não lembra é melhor fazer um esforço de memória, porque isso foi uma coisa terrível. O golpe de 1964 foi patrocinado em boa medida pela mídia. Algumas empresas cresceram no regime militar. Algumas deram colaboração aos órgãos de repressão, de tortura. Não podemos esquecer isso.
Claro que, como toda revolução, o processo revolucionário acaba devorando seus filhos. À medida que foram se agravando as condições e a legalidade foi cada vez mais ofendida, o regime foi se fechando, sobretudo no período 1969/1973, antes da abertura do Geisel, as restrições passaram a ser maiores e passaram a fazer censura nos órgãos da imprensa, dentro da redação. Quando houve a redemocratização, para você ter uma ideia, com participações diversas a imprensa teve um comportamento de hesitação e cautela, por exemplo, em relação ao movimento das diretas. A gente não pode esquecer essas coisas. 
Vocês (Revista do Brasil) são um órgão de imprensa alternativo. Não deveria ser assim, deveria ser uma revista que tivesse mais circulação, mais presença. Isso tem a ver também com a publicidade oficial. Governo atrás de governo, eles não conseguem enfrentar essa questão devidamente. A obrigação do governo é distribuir as verbas publicitárias para, como disse o filósofo alemão Habermas, estimular a diversidade. Não concentrar nas mãos dos mesmos uma massa de dinheiro que só reforça a concentração. Na verdade, eles não estão interessados em liberdade de expressão, estão interessados em liberdade de expressão deles. Mas a liberdade de expressão é uma prerrogativa que não é do dono do jornal. Nem dos jornalistas. É do cidadão. Isso é elementar. 
E se introduziu um fenômeno novo, muito grave, que é a informação sem apuração. Não há estrutura para apurar, então você fala qualquer coisa. E isso sai na urina da liberdade de informação. Você fala qualquer coisa de qualquer pessoa. Hoje em dia você não tem como se informar a não ser através desses canais, porque o mundo é muito complexo, variado. Você tem de ter equipes e estruturas que possam capturar essa informação, processar e participar corretamente essa informação para o público. Espero que isso mude, e até que as mídias sociais ajudem nisso, se houver um pouco de percepção da gravidade do que eles estão fazendo. 
É uma ideia errada de que a liberdade de informação está acima da lei. Não há liberdade acima da lei. Isso os bons filósofos políticos, o Heigel, sabiam perfeitamente. A liberdade moderna exige o amparo da lei, a restrição da lei. Não existe a liberdade em abstrato. É selvageria. O vale-tudo, você ameaça certamente a vida civilizada. Como você pode se defender de um ataque a sua honra? No limite, você está incitando à violência, porque você não permite ao outro que responda, você bloqueia a resposta do outro. Essa discussão sobre a imprensa é muito importante. Sugeri várias vezes que as universidades fizessem esse debate, aberto, não patrocinado pelos donos de jornal. Os donos de jornal serão convidados também, mas isso tem de ser feito pela sociedade, com as pessoas participando livremente, sem serem ameaçadas. Porque eles ameaçam, né? 
O senhor acha que o cidadão interessado tem uma boa cobertura (sobre o julgamento do mensalão)?
Acho que o problema não é a cobertura propriamente dita. O problema é que se você inclui na cobertura o debate das posições dos magistrados, eu acho que não... Na maioria das vezes tenho visto uma coisa muito unilateral. O que me preocupa não é o resultado do julgamento. É a forma, porque você está deformando o rito processual, entre outras coisas. Você está aceitando certas teses que, se levadas adiante, são muito perigosas para a vida democrática, como a do domínio do fato. Isso é uma tese muito perigosa que é, digamos, uma inovação ruim no Direito Penal. Mesmo que você não tenha provas da participação de uma pessoa na prática de certos ilícitos, pela sua posição na relação com os demais você infere que ele é culpado. Isso é uma violação do princípio da tipicidade da lei penal, da descrição da conduta de uma maneira mais clara. Acho que o Supremo está prestando um desserviço para o Brasil ao aceitar isso por conta de pressões, sejam pressões autênticas da opinião pública, mas não são, porque são de uma parte da opinião pública. Quem tem noção do que foi o movimento de fascistização e nazificação na Alemanha, sabe como esse processo se dá, se dá por dentro da sociedade. E é o que estou vendo aqui. A discussão não é se o cara é culpado ou não – provavelmente, você tem culpa ali –, é a maneira de apurar.
O juiz condenador virando herói.
É, herói vingador. É o caso desse cidadão que é a encarnação... Os processos são incrivelmente parecidos. A sociedade completamente atarantada, as pessoas esvaziadas, elas são esvaziadas de valor. Então, recorrem ao herói vingador, ao chefe. Muito sério isso.
O senhor também fala em educação. As pessoas perdem a capacidade de estabelecer raciocínios...
É preciso tomar muito cuidado com o que se está fazendo com o processo educacional, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Você está deseducando as pessoas, no sentido de que você dá uma educação técnica muito boa, profissional, mas do ponto de vista da compreensão de sua situação no mundo, na sociedade – e isso não tem a ver com as posições que as pessoas têm, mas da capacidade de inquirir sua situação, de perguntar para o mundo – esse sistema deseduca. É um processo terrível, porque isso começa com os pais, que já foram deseducados pelo sistema e incutem nos filhos as ideias de que eles vão para a universidade, por exemplo, para ter um caixa de ferramentas para resolver problemas e não se transformar em homens, cidadãos que possam participar da vida política. Você desvaloriza isso. E não importa que eles sejam bons engenheiros, bons médicos, mas são péssimos cidadãos, porque não têm nenhuma noção do outro, não sabem onde estão parados. O sistema educacional moderno está deseducando as pessoas.

Comentários : ( Vinicius de Almeida)
Muito de acordo com o que foi dito na entrevista.   Quero enfatizar pontos.  
 Devemos encontrar saídas nossas em incrementar nosso mercado interno :
a) através da demanda, continuando a reduzir nossa vigorosa má distribuição de renda; 
b) fazendo uma reforma tributária, onde se busque transformar o IR em principal imposto; reduzindo impostos sobre o consumo para todas as necessidades básicas; acabando com as exações fiscais; recriando o imposto sobre movimentação financeira, com eliminação do efeito-cascata, exclusivamente para reduzir-se o endividamento interno; 
reduzir-se, severamente, os gastos públicos improdutivos, nas diversas esferas de poder;
c)através da oferta, incentivando a integração industrial interna (produzir indústria de máquinas, automação, robotização, para consumo industrial das indústrias de manufatura e consumo final);  incentivar as PPPs. , como no passado se fez, com o Setor Público assumindo riscos de Investimentos  que o Setor Privado não pode e não quer assumir ; evitar-se exportações excessivas de "comodities" que criem créditos internos expondo-nos à supervalorização cambial, para que o Setor Externo ganhe força ao nos exportar, fácil, seus produtos,  através de "dumpings". 
d)debruçar-se toda a capacidade de pensar brasileira para reorganizar-se os setores da educação, da saúde, da segurança, da Ordem Jurídica,  da organização séria do Setor Público Brasileiro, nas suas diversas esferas;
e)exercitar ações para reduzir-se excessos de Burocracia, Corrupção, Crime Organizado, Medalhões; déficits de Mão-de-Obra Qualificada, escolas de tempo integral, Visão, no mínimo, de mundo e Brasil, nos próximos vinte anos.

sábado, 13 de outubro de 2012

Vida no Planeta Terra

É mais fácil entender o surgimento da vida, na terra - em um primeiro momento - como uma manifestação ocorrida no mundo vegetal.   Os processos  de manifestação vital   no mundo vegetal exigem menos complexidade e tem por base principal a energia solar.  Num segundo momento, a geração de vida animal se processa numa ambiguidade vegetal/animal como existem  organismos, no mundo e no tempo atual.    Num terceiro momento, é possível interpretar a vida animal de maior complexidade celular a partir de organismos vegetais/animais que se desenvolvem por exigências do meio-ambiente.    Este caminho assemelha-se ao caminho percorrido - mesmo nos tempos de hoje - aos sistemas ambientais, aquosos, vegetais, vegetais/animais, animais de baixa complexidade.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fármaco-Homeopáticos


Por ora, três sugestões de possíveis razões em que a diluição progressiva dos fármaco-homeopáticos mantêm propriedades dinamizadoras de princípios ativos possibilitando potencialização de efeitos:
1. propriedades eletromagnéticas, como citado no artigo;
2. reações físico-químicas dos elementos de princípios ativos com outros elementos formando-se moléculas que fazem desaparecer aparentes traços dos mesmos;
3. as reações dos princípios ativos (físico-químicos) sobre os organismos humanos  se dão através da potencialização da fabricação de hormônios naturais, a exemplo das dopaminas e serotoninas.

Estudo duplo-cego comprova eficácia da Homeopatia no tratamento da depressão severa

Enviado em homeopatiasaúde às 2:07 pm por Marcelo Guerra
Estudo conduzido por pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da UFSP (Universidade Federal de São Paulo) comparando o uso de remédios homeopáticos com a fluoxetina em pacientes deprimidos (moderada ou severamente) comprova a ação da homeopatia e reafirma sua segurança para os pacientes.
Veja abaixo a síntese (em inglês):
Homeopathic Individualized Q-potencies versus Fluoxetine for Moderate to Severe Depression: Double-blind, Randomized Non-inferiority Trial.
Adler UC, Paiva NM, Cesar AT, Adler MS, Molina A, Padula AE, Calil HM.
Department of Psychobiology, Universidade Federal de São Paulo, R. Napoleão de Barros, 925 São Paulo, SP 04024-002, Brazil. hmcalil@psicobio.epm.br.
Homeopathy is a complementary and integrative medicine used in depression, The aim of this study is to investigate the non-inferiority and tolerability of individualized homeopathic medicines [Quinquagintamillesmial (Q-potencies)] in acute depression, using fluoxetine as active control. Ninety-one outpatients with moderate to severe depression were assigned to receive an individualized homeopathic medicine or fluoxetine 20 mg day(-1) (up to 40 mg day(-1)) in a prospective, randomized, double-blind double-dummy 8-week, single-center trial. Primary efficacy measure was the analysis of the mean change in the Montgomery & Asberg Depression Rating Scale (MADRS) depression scores, using a non-inferiority test with margin of 1.45. Secondary efficacy outcomes were response and remission rates. Tolerability was assessed with the side effect rating scale of the Scandinavian Society of Psychopharmacology. Mean MADRS scores differences were not significant at the 4th (P = 0.654) and 8th weeks (P = 0.965) of treatment. Non-inferiority of homeopathy was indicated because the upper limit of the confidence interval (CI) for mean difference in MADRS change was less than the non-inferiority margin: mean differences (homeopathy-fluoxetine) were -3.04 (95% CI -6.95, 0.86) and -2.4 (95% CI -6.05, 0.77) at 4th and 8th week, respectively. There were no significant differences between the percentages of response or remission rates in both groups. Tolerability: there were no significant differences between the side effects rates, although a higher percentage of patients treated with fluoxetine reported troublesome side effects and there was a trend toward greater treatment interruption for adverse effects in the fluoxetine group. This study illustrates the feasibility of randomized controlled double-blind trials of homeopathy in depression and indicates the non-inferiority of individualized homeopathic Q-potencies as compared to fluoxetine in acute treatment of outpatients with moderate to severe depression.
Em um recente estudo do professor Luc Montagnier, virologista francês que descobriu o HIV e que ganhou o Prêmio Nobel em 2008, e sua equipe relatam os resultados de uma série de experimentos rigorosa investigação das propriedades eletromagnéticas de alta-diluídos amostras biológicas.
O estudo demonstra que algumas sequências de DNA de bactérias são capazes de induzir ondas eletromagnéticas em altas diluições aquosas. Parece ser um fenômeno de ressonância provocada pelo ambiente de fundo de ondas eletromagnéticas de frequência muito baixa. Os investigadores usaram
soluções aquosas que foram agitados e diluídos em série (os pesquisadores observaram que as soluções foram “fortemente agitado” e que esta etapa foi “fundamental para a geração de sinais"). Em outras palavras potências homeopáticas, apesar de que a palavra ‘homeopatia’ não é mencionada no artigo.
Os pesquisadores descobriram que as bactérias patogênicas e vírus, apresentam uma assinatura distinta electromagnética em diluições que variam de 10 ^ -5 a 10 ^ -12 (correspondente a 5D a 12D), e que pequenos fragmentos de DNA (responsável pela patogenicidade) foram exclusivamente responsável pelo sinal eletromagnético . Os pesquisadores também observaram  que um experimento detectou efeitos significativos a partir de diluições tão elevadas quanto 10 ^ -18 (equivalente a 18D). A assinatura eletromagnética mudou com níveis de diluição, mas não foi afetada pela concentração inicial e permaneceu mesmo após fragmentos de DNA restantes terem sido destruídos por agentes químicos.
Eles observaram que o sinal eletromagnético foi destruído pelo aquecimento ou o congelamento da amostra. Além disso, um “cross-talk” efeito foi encontrado pelo qual uma amostra negativa inibe o sinal positivo em uma
outra amostra, se forem deixados juntos durante a noite em um recipiente blindado. Os pesquisadores propõem que aquosas nano-estruturas formam-se nas amostras durante o processo de diluição e são responsáveis pelos efeitos electromagnéticos medidos.
Os pesquisadores também detectaram os mesmos sinais eletromagnéticos no plasma e no DNA extraído do plasma de pacientes portadores de doença de Alzheimer, doença de Parkinson, esclerose múltipla e artrite reumatoide.
Este estudo é uma contribuição importante à evidência crescente base na investigação fundamental com relevância direta para a homeopatia.
Vinicius de Almeida :  O princípio básico, aplicado nos Fármaco-Homeopáticos, originado em 1796 por Samuel Hahnemann(  1755-1843), consiste em provocar no Organismo reações similares a doenças pela ingestão de substâncias  ativas encontradas na natureza que provoquem reações de doenças em pessoas sãs, raciocinando que passarão a possibilitar a cura em pessoas acometidas das doenças cujos sintomas nos organismos doentes sejam assemelhados às reações em pessoas sãs.    Até aqui pode-se admitir que Hahneman, bem antes de Pasteur ( 1822 -1895), raciocinou de forma semelhante ao princípio das vacinas que inoculam, em corpos sãos, pequenas quantidades de micróbios que provocarão reações orgânicas com o propósito de fazer com que o organismo venha a produzir células, em maior quantidade, que reconhecerão micróbios específicos responsáveis por doenças e os combaterão.   As dúvidas quanto a esta  medicina alternativa residem no fato de que as substâncias ativas que serão aplicadas sofrem diluições sucessivas até ao ponto que não mais se percebam vestígios destes elementos ativos nas poções medicamentosas produzidas.     Por esta razão a Homeopatia é malvista pelo mundo médico ortodoxo/alopata, sendo taxada, muitas vezes, de placebo ou, até mesmo, de charlatanice.

Arrogância na Política Internacional

Vocês já leram, ou souberam do mais recente aforismo do famoso aforista árabe Al Qã Shofr ?   Depois de ter lido telegramas da diplomacia americana, sobre os outros, vazados  pelo Wikileaks e de acompanhar as revoltas no Mundo Árabe contra os ditadores apoiados pelos EE.UU. e U.E.(União Européia), o dito cujo desabafou : " A mediocridade da Diplomacia dos EE.UU. consegue ser maior do que sua Arrogante Política Internacional."  Vocês concordam ?  Se concordam, repassem aos amigos.  O Mundo está precisando de uma limpeza geral de Hipocrisia, Cinismo e Cara-de-pau de muita gente que só faz tornar o mundo pior e proclama aos quatro ventos que está fazendo tudo para tornar o mundo melhor.   Desprezo e óleo-de-peroba neles !  abs.  (Vejam bem !; o aforismo não é contra o povo dos EE.UU.;  é contra a política de seus políticos).
Depois desta do Al Qã Shofr eu comecei a desconfiar que os EE.UU. e U.E.  passaram a se posicionar a favor dos revoltosos e contra seus apadrinhados, com medo de torpedos do mundo inteiro contra eles. 

Enchentes e mais Enchentes

Por que será que nossa Imprensa de maior notoriedade, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo, Estado de Minas, Correio Brasiliense, Veja, Época, Isto É, Carta Capital etc. não comenta os erros que estão sendo praticados na drenagem de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e tantas outras ? Será que pensam que Imprensa somente serve para mal informar a população sobre catástrofes, sinistroses. fofocas, sem preocupar-se com erros e acertos de Políticas Públicas?     Políticas Públicas não podem ser temas exclusivos de burocracia técnica e políticos maus administradores. Será que esta Imprensa não é capaz de calcular os prejuízos recorrentes em função de cheias sem controle que sofrem milhões de famílias com seus pertences domésticos. automóveis e saúde ?, os comerciantes ?, o poder público para limpeza e reposição de destruições ? as empresas e autônomos de transporte de cargas ?    A Imprensa, que se jacta de ser o Quarto Poder, tem a obrigação de manter Foruns permanentes sobre Políticas Públicas - independentes de paixões partidárias - para que tal se torne algo bem conhecido pela população e que ela possa contribuir com exigências de soluções satisfatórias.     Acorda Imprensa !    
Estou enviando este email  à imprensa citada.    Gostaria que a Folha de Araçatuba e Região pudesse fazer parte de um movimento para que nossa Imprensa fosse mais agressiva no debate de Políticas Públicas.  Os políticos maus administradores (e que se apregoam como os tais) deitam e rolam país afora e suas políticas públicas deixam a desejar.  A  Imprensa  - atrelada às paixões políticas -  fica congelada  à crítica aos políticos (que não são de sua paixão).   O que se deve discutir são as Políticas Públicas que nos são aplicadas, a maior parte delas sem capacidade de atender, satisfatoriamente,  nossas populações. 
Quais são - no geral -  nossas Política Públicas quanto a Saneamento (onde se incluem as enchentes), à Saúde (deixando a desejar), à Educação (deixando  a desejar), à Justiça  (deixando a desejar), à Segurança ( esta coitada, o que dizer dela ?).   Se a população for melhor informada sobre as mazelas de nossas Políticas  Públicas saberá melhor  exigir suas melhoras e, por decorrência, expulsar do cenário público os maus administradores.   O Brasil está exigindo em toda a parte que se melhore nossa Organização Social Pública.   
A Imprensa tem e deve este dever à população brasileira.

Comenta Aborto, União Homo,CPMF


O aborto no Brasil e no Mundo é usado como método anti-concepcional.   É isto que se põe em discussão.    A gravidez na adolescência também é falta de anti-concepcional.   O mesmo em relação ao vírus HIV.   O que acontece com nosso meio social para que as pessoas não tenham acesso aos métodos anti-concepcionais,    tecnologicamente, mais avançados ?   Responda quem souber.

O casamento entre heterossexuais é um contrato registrado em cartório.   Por que não pode haver um contrato de convivência (casamento) entre homossexuais ?   Apenas as demais leis : dependentes, comunhão de bens, pensão pública, herança de patrimônio etc. devem ser aceitas em função deste contrato de convivência.

CPMF :  é um imposto que, ao invés de ser aprimorado, foi extinto, o que eu acho uma grande burrada.   É um imposto criado com arrecadação  online, não necessitando de legiões de fiscais de receitas ( muitas vezes corruptos e sujeitos à corrupção).   É um imposto que poderia,   paulatinamente, transformar-se em imposto quase-único.     Acrescenta facilidades de controle de movimentação de receitas pessoais e empresariais (em prejuízo dos que costumeiros sonegadores ricos).   No Brasil como a arrecadação  de impostos sobre renda é de montante ridículo   ( beneficiando quem pode utilizar-se de suas reduções fiscais, a ex. de reduções de gastos com planos de saúdes, empregados domésticos etc e outras isenções a nível de empresas), os impostos sobre consumo são elevados, beneficiando os remedidados e ricos (novamente) e prejudicando os de baixa renda (como sempre).   O único senão da CPMF era a cobrança em cascata no caso de movimentações para produções em diferentes etapas.   Este efeito-cascata poderia ser corrigido atribuindo-se níveis de 1 a 5  a diferentes etapas produtivas para empresas afim de anular-se o efeito-cascata.
A anunciada e sempre adiada Reforma Tributária deveria ressuscitá-lo, renovado e mais jovem.     Quem tem medo de CPMF ?  Os contumazes ricos( pessoas e empresas) sonegadores. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Energia na Amazõnia


Para que fiquem bem informados sobre a tecnologia que vai revolucionar a geração de energia nos rios da Amazônia ( onde se estima que haja 150 mil MW como potencial aproveitável  de geração hidrelétrica), com menos danos ao meioambiente.   Atualmente, a capacidade instalada no Brasil de geração de energia elétrica (grande parte hidrelétrica, cerca de 70%)  é próxima de 120 mil MW . 


Brasil inaugura nova era de geração hidrelétrica na Amazônia

Usina de Santo Antônio, em Rondônia, deve produzir primeiro megawatt no dia 28, com turbina que traz menor impacto ambiental; veja o infográfico e entenda a diferença

Pedro Carvalho, iG São Paulo 
Texto:
A Hidrelétrica de Santo Antônio, que será a sexta maior do País e fica em Rondônia, no Rio Madeira, deve começar a gerar energia no próximo dia 28. Nessa data, a primeira das 44 turbinas da usina deve ser ligada de forma definitiva. Será a primeira turbina do tipo "bulbo" a operar na bacia amazônica – uma questão técnica que representa uma enorme mudança no modo como a região utiliza seu potencial hidrelétrico. Isso porque a turbina bulbo aproveita a correnteza natural do rio, sendo capaz de gerar energia em larga escala sem que uma grande área da floresta seja alagada.

Divulgação
Parte da usina onde fica a turbina que será ligada, na margem direita: a primeira do tipo na Amazônia
- Mais infográficos: conheça as grandes obras que estão mudando a cara do País
Assim, Santo Antônio será o oposto dos últimos empreendimentos feitos na bacia hidrográfica mais importante do País. Em 1980, o governo inaugurou a usina de Balbina (AM), considerada um desastre pela imensa área alagada e a produção pífia. Ainda no fim do regime militar, foi construída a hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores do Brasil, mas que também deixou muita floresta debaixo d'água (2.414 km2, contra 350 km2 em Santo Antônio) – e que, no mais, fica numa região do Pará já quase fora da bacia amazônica.
Santo Antônio fica próxima ao coração da região amazônica e terá a melhor relação entre área alagada e energia gerada, em comparação com qualquer usina brasileira. Sozinha, irá produzir 3.150 MW, cerca de 3% da atual capacidade elétrica do País. Em conjunto com Jirau, vai formar o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, que deve adicionar 6.600 MW ao sistema nacional de energia.
Após a entrada em operação dessa primeira turbina, as outras serão inauguradas num ritmo médio de uma por mês, até que, em 2016, todas estejam funcionando. A concessionária adiantou em um ano o início da geração, que ocorreria em dezembro de 2012, para antecipar receitas, mas não divulga o quanto isso vai adicionar ao caixa. O plano era fazer um evento de inauguração, que contaria com a presença da presidenta Dilma. Mas, por motivos técnicos, a turbina só poderá ser ligada nos últimos dias de dezembro, data desfavorável para a agenda política.
Primeira grande obra do governo Dilma e parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a usina de Santo Antônio é também um superlativo esforço de engenharia. No momento, 18 mil pessoas trabalham no canteiro de obras – chegou a ser 20 mil. Elas consomem 78.800 quilos de carne, 800 mil xícaras de café e 11.400 sacos de arroz por mês. A quantidade de concreto usada na construção seria suficiente para erguer 37 estádios do Maracanã. O aço empregado faria 18 torres Eiffel. O custo total deve passar dos R$ 15 bilhões.
Santo Antônio será a primeira grande usina brasileira a usar turbinas bulbo. A tecnologia já existe no País, mas em projetos menores, como a hidrelétrica de Igarapava (MG). A hidrelétrica do Rio Madeira será a maior do mundo a usar turbinas do tipo – a segunda fica no Japão e tem apenas nove turbinas. A turbina que será ligada no final do mês mede 8,15 metros de diâmetro – é menor apenas que as usadas em Murray Lock (EUA) – e tem capacidade de gerar, numa vazão ideal, 71,6 MW.
As turbinas bulbo permitem a criação de usinas do tipo “fio d’água”, ou seja, todo o volume de água que chega à barragem corre para o outro lado – não há reservatório. Isso faz o impacto de Santo Antônio ser menor. A variação da altura do rio, na parte anterior às turbinas, será de 13,9 m, pouco maior que a cheia natural do Madeira. “Isso é possível porque a turbina bulbo é mais eficiente", explica Andre Morello, engenheiro e coordenador de fornecimento eletromecânico em Santo Antônio. "Com ela, a velocidade natural da água, sem barragens, é suficiente para gerar energia significativa.”

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A obra de Santo Antônio, em novembro. Repare que parte do leito está "ensecada", com o curso desviado, para permitir a construção

Além disso, um recurso que já está em funcionamento é o sistema de transposição de peixes (veja no infográfico acima). Para subir o rio na época da piracema, os peixes passam por um canal construído na Ilha do Presídio, que fica no meio do rio. “Eles são atraídos para lá pela velocidade da água que sai do canal”, explica Morello. “Já a água que sai das turbinas, numa velocidade muito maior que a correnteza natural, não atrai os animais”, diz. O sistema foi testado no Madeira e já está sendo usado pelos animais.
Mesmo com tantos números grandes, Santo Antônio pode aumentar de tamanho. O grupo concessionário, formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Eletrobras Furnas e outras empresas, submeteu à agência controladora de energia um plano para incluir mais seis turbinas no projeto, o que aumentaria a capacidade de geração para 3.580 MW. O projeto está em análise pela Aneel e pelo Ministério de Minas e Energias.
A energia produzida a partir do dia 28 já será distribuída para o sistema Acre-Rondônia. Os 3 km de linhas que ligam Santo Antônio ao sistema elétrico, também construídos pela concessionária que vai administrar a usina por 35 anos, ficaram prontos há cerca de dois meses. O potencial elétrico brasileiro, um dos diversos gargalos de infraestrutura que o país precisará solucionar nos próximos anos, será um pouco maior nos primeiros dias de 2012 do que foi em 2011 – com um custo ambiental que também olha para o futuro.